domingo, 30 de junho de 2013

BONECA




Gritou um grito mudo
Calado na garganta...
Asfixiada de palavras
Palavras mudas
Shiuuu
Não diga, não pense,
Somente siga...
Se pintando, se vestindo.
Bonequinha de porcelanas,
Quer morar em Paris,
Quer andar pelas margens do Senna,
Quer ser pra sempre sombra...
Vestígio... Tão fútil.
Que nem percebeu que já o é.

ELA



ELA

Ela tentou não cortar os pulsos essa noite
Ela tentou não beber nem fumar
Tentou estar sóbria, de cara limpa
Tentou pensar, em tudo o que havia sido,
Mais não conseguia se lembrar de nada
Amnésia?
E quando doeu ela tentou se recordar de onde veio o ferimento
O buraco em seu peito, como bala
Estava encurralada por seus fantasmas,
Sorrir? E o que era sorrir,
Podia alçar voo, de onde estava
Para os braços do infinito...
Queria ser livre de tudo,
Queria poder não mais
Escutar as vozes que atormentam seu quarto a noite
Mais assim de cara limpa era difícil de encarar os monstros.
E permanecia de olho no espelho,
Esperando o fim.