quinta-feira, 11 de agosto de 2011




PORRE

Meus olhos manchados, pelo rimel escorrido.
O cigarro que acaricia meus dedos
Uma dose dupla, sem gelo.
Dece quente por minha garganta
Minha vista embaçada,
Pelas lagrimas ou pelo alcool?
No radio um blues velho,
Daqueles de cortar os pulsos
O bar já vazio, nem uma puta velha.
Nem um cafetão de quinta
Os olhos de despreso do barman sobre mim
Dane – se
Pago mais uma dose, entretanto é pouco.
Opto entao pela garafa inteira, pago minha conta.
E saio pra rua, pernas tremulas.
Sento-me no banco da praça, e observo os patos sem graça.
Que pernoitam, e eu igual a eles.
Vou durmir no banco horroroso da praça
Tao sem graça quanto tudo, com meus olhos borrados de rimel.