terça-feira, 23 de abril de 2013

A MENINA





A MENINA

E era ela, menina.
E trazia fogo nos olhos
As mãos cruzadas ao peito
Uma prece?
Não... Ela não quer perdão
Não é um anjo, apesar dos olhos serenos,
Não era criança, nem mulher.
Era assim assexuada,
Tão distante... De tudo
Tão confusa sobre tudo,
Queria ser vento, ou tão somente pó,
Terra infértil,
Não quer perdão, por estar tão errada, aos olhos alheios.
Pois não há um único ser
Que não haja pecado,
Quer por fogo no mundo com seus olhos,
Quer ter a solidão em suas mãos
Nem certo nem errado,
Mundo virado.