Descrição
E como todos os dias, Ela se arrumou, e saiu
Havia maquiado perfeitamente seu rosto de boneca
E estava usando seu perfume favorito,
Trajava uma roupa que deixava aparente suas formas,
Quem a olha de longe a desejava no mesmo instante
Mais seus olhos
Negros, como a noite
E profundo, como um rio de águas turvas
Era um enigma.
E então aquele dia acabou...
E ela retornou, e mesmo não fumando
Acendeu um cigarro, não tinha o hábito de beber
Mais abriu uma garrafa de Martini
Sentou-se no para peito de sua janela, na sacada de seu quarto
No décimo andar.
E quando se deu conta, estava na metade do maço de cigarros
E no fim da garrafa de Martini,
Então começou a se perguntar como seria;
Se jogar da janela...
Quanto tempo demoraria, pra chegar La embaixo?
Será que sua vida iria passar por seus olhos, como um filme, um flash back?
Como todos dizem que acontece quando estamos prestes a morrer.
Então, fechou os olhos e se jogou.
Mais não houve nenhum filme,
Pensou então em como sua vida era medíocre
Abriu os olhos,
Ainda estava no para peito da janela,
E bebia um vinho, cujo nome nem conhecia
Presente de um amigo,
Percebeu que chorava incessantemente
E ao se olhar, no vidro da janela
Viu que toda lagrima fez sua maquiagem escorrer
Fazendo de seu rosto um grande borrão
Um desenho grotesco, mais gostou do que viu, se sentia assim por dentro
Como um grande borrão
Aqueles olhos, ela não reconhecia mais
Tão tristes.
Não havia coragem, nem força para lavar o rosto
Nem para trocar de roupas,
Já não havia lucidez.
Então desceu do para peito, com certa dificuldade
Deitou se no chão da sacada,
E adormeceu, tendo como companhia
Um cigarro, uma garrafa e suas lagrimas